sexta-feira, abril 05, 2013

Novas edições
Jay Jay Johansson, Best of 1996 - 2013

Jay Jay Johansson 
“Best of 1996-2013” 
Sony Music 
3 / 5 

É verdade que desde 1974 – o ano em que os Abba levaram Waterloo a todos os cantos do mundo – a Suécia mora no mapa mundo da música pop como um dos mais férteis “produtores” de canções, discos e carreiras. O perfil eminentemente “pop” da oferta sueca que ultrapassava habitualmente as fronteiras (e o próprio predomínio das bandas uma carteira de nomes exportáveis) fez contudo com que houvesse uma certa sensação de surpresa quando em 1996 descobrimos uma voz frágil que, sob dinâmicas herdadas do trip hop e flirts com climas jazzy, nos apresentava um novo cantautor sueco. De nome real Jäje Johansson, apresentando-se ao mundo como Jay Jay Johansson, revelava no alinhamento de Whiskey um aperitivo gourmet de seis canções (uma delas uma composição longa, com mais de dez minutos de duração) que aliava o sentido de elegância de uma linguagem que escutava ecos das contribuições que a cidade inglesa de Bristol tinha juntando ao panorama da música popular na primeira metade dos noventas (Massive Attack, Tricky e, sobretudo, Portishead), procurando contudo um caminho menos próximo das raízes hip hop e dub destes espaços, tentando antes a busca de uma música elegante, solitária e feita de desencantos noturnos. Os passos seguintes seguiram este caminho, procurando explorar sobretudo a escrita, um solavanco algo inesperado entrando em cena em 2002 ao som de Antenna, disco no qual (aliando-se ao coletivo alemão Fünkstorung) ensaiou um passo de dança com o eletroclash (que entretanto dera que falar internacionalmente em 2001) e o electro pop, assinando assim um passo distante do caminho que antes projetara e ao qual acabaria por regressar em discos seguintes, todavia sem gerar um entusiasmo semelhante ao que os três primeiros álbuns haviam lançado. Agora é tempo para um olhar retrospetivo numa antologia que procura fazer um olhar panorâmico entre 1996 e o presente recorrendo frequentemente a radio edits e algumas versões alternativas sugerindo assim uma noção de valor “acrescentado” até mesmo para quem conheça já os álbuns que foi lançando neste intervalo de tempo e propondo assim uma coleção de memórias diferente da que em 2002 reuniu em Prologue, um primeiro (e demasiado precoce) best of. Com algumas versões nunca antes editadas e até mesmo um inédito absoluto (Paris), o novo best of procura encontrar um clima musical coeso e contínuo (moldando até On The Radio, do alinhamento de Antenna, aos ambientes dominantes, recorrendo a uma maquete). Mas convenhamos que é na diversidade que ganham verdade os olhares retrospetivos. E omitir a “verdade” da sonoridade do passo (estranho e ousado) dado em 2002 em Antenna não parece boa opção. Para um panorama mais 'revisionista', antes um live set com arranjos direcionados, então...