sexta-feira, abril 05, 2013

Em conversa: Nick Rhodes (3)

Continuamos a publicação da versão integral de uma entrevista com Nick Rhodes, teclista dos Duran Duran e um dos dois elementos do projeto TV Mania, que serviu de base ao artigo publicado na edição de 27 de março do DN com o título ‘Quando a televisão serve de inspiração para fazer música’.

Nos últimos anos, com o “ciclo” All You Need Is Now, os Duran Duran viveram um dos períodos mais felizes da sua vida... 
Foi um tempo muito feliz para a banda, sim. Foi mesmo um momento alto da nossa carreira. Houve o filme que fizemos com David Lynch. E o outro, que fizemos em Manchester, o Diamond In The Mind... A própria digressão em si. Sinto que tudo isto levou os Duran Duran a outro lugar. Fomos a Coachella, demos o concerto em Hyde Park por alturas dos Jogos Olímpicos, tocámos num festival enorme na Sérvia... Foi um período que nos deu renovada energia e abriu novas perspetivas.

Mark Ronson foi um importante catalisador para o que se passou nesta fase? 
O Mark foi um elemento importante. Como produtor foi a escolha perfeita. Tem um conhecimento profundo da banda, do que queremos alcançar musicalmente e na sonoridade que buscamos. E por isso estamos novamente a trabalhar com ele. 

Falou há pouco do concerto que deram e que David Lynch filmou para transmissão online. Pensam editar esse registo em DVD e Blu-ray? 
Estamos a pensar, sim. Foi uma transmissão em direto, teve os seus pequenos problemas técnicos. Mas tudo foi já “arranjado”... Gostava de pensar numa pequena distribuição em salas de cinema, até porque as imagens são belíssimas. E depois numa edição em DVD, sim.

O disco que os Duran Duran deixaram na gaveta antes de gravarem Red Carpet Massacre conhecerá algum dia edição? 
Nunca direi nada de definitivo sobre coisas que deixemos na gaveta... Veja-se o disco de TV Mania, que esperou 17 anos. Esse era um álbum que tinha como titulo provisório Reportage. E temos muito material feito. Não está terminado. Das 12 canções apenas oito estão terminadas, acho... Mas gostava de o ver editado um dia...

Como grande admirador de Bowie (que é sabido ser uma das suas referencias), o que diz deste seu regresso em 2013? 
Ter David Bowie na minha vida foi uma coisa importante para mim. Foi a maior influencia que tive nos anos 70, a um nível que nenhum outro artista atingiu. Esteve ausente e o regresso foi uma bela surpresa. Já tenho o disco. E, já agora, recomendo a retrospetiva que está patente no Victoria & Albert Museum. Que não é apenas interessante para admiradores de Bowie, mas da cultura pop em geral.