Estranhas ambivalências dos nomes. Mackenzie Scott, por exemplo. Faz-se uma pesquisa (Google ou YouTube, por exemplo) e quase todas as opções nos empurram para Scott McKenzie (1939-2012), lendário criador desse hino dos sixties que foi San Francisco... Além do mais, quem está por trás de tal nome? Masculino? Feminino? A questão enreda-se um pouco mais quando tentamos encontrar alguma pista através do respectivo cognome artístico: Torres! E o Google, obviamente bem formado nas maravilhas da Premier League inglesa, remete-nos abundantemente para Fernando Torres, o jogador do Chelsea e da selecção espanhola...
Enfim, não compliquemos mais as já complicadas auto-estradas da informação em que, com mais ou menos gratificação, nos movimentamos. E registemos o mais básico: Mackenzie Scott é uma mulher, tem 22 anos, compõe e interpreta as suas canções a partir de Nashville. Sonoridades country? Aparentemente, não. O seu alter-ego artístico — Torres, justamente — será conhecido mais em pormenor a 22 de Janeiro, através do lançamento do álbum de estreia intitulado... Torres. Um primeiro tema faz-nos supor que Mackenzie, Torres ou algum fenómeno que nela encarnou teve uma vida prévia, longa e longamente amadurecida, num planeta de serena utopia musical: Honey é uma canção de admirável depuração formal e delicada intensidade emocional — parece começar como uma suave balada, desembocando numa dramática sonata em quatro andamentos.