A notícia não é exactamente a reposição de Top Gun no mercado dos EUA — afinal de contas, o filme estreou em Maio de 1986 e não está a completar nenhuma efeméride mais ou menos "simbólica". É bem certo que (no plano simbólico, justamente) a condição de star de Tom Cruise é indissociável desta célebre realização de Tony Scott. Seja como for, mesmo com os suplementos técnicos de IMAX + 3D, não se comemoraria nada através de tão paradoxal austeridade — leia-se: Top Gun vai estar em exibição apenas 6 dias [trailer deste lançamento]. Que se passa, então? Um desesperado salto para a frente em que as salas passam a funcionar apenas como plataformas de lançamento para... Para quê? A futura edição em Blu-ray 3D de Top Gun! Ou como o marketing banaliza a própria imagem de marca de Hollywood.
Poderemos lembrar: na história grandiosa de Hollywood, Top Gun não será um dos exemplos mais requintados... Claro que não. Mas não são as qualidades específicas do filme A ou B que estão em causa. É, isso sim, o esvaziamento do facto-cinema, a ponto de o clássico circuito de exibição ser gerido, em casos como este, como apenas mais um ecrã de promoções do admirável mundo digital.