Regina Spektor
“What We Saw From The Cheap Seats”
Sire / Warner Music
2 / 5
“What We Saw From The Cheap Seats”
Sire / Warner Music
2 / 5
Depois de discos como Begin to Hope ou Far, que confirmaram o entusiasmo levantado por Soviet Kitsch, Regina Spektor afastou-se por uns momentos, concentrando mais esforços no palco que no estúdio. No regresso apresenta um álbum (o seu sexto de estúdio) onde inéditos partilham espaço com canções já com alguma história, o alinhamento revelando ao mesmo tempo os argumentos quer dela fizeram uma voz respeitada entre a sua geração de cantautoras, ao mesmo tempo colocando em cena canções que parecem dar razão aos menos entusiasmados pelo seu trabalho. Tal como em discos anteriores, a essência dos temas que grava em What We Saw From The Cheap Seats toma as características da sua voz e a relação firme que tem com o piano como base principal de trabalho. Sem surpresa o disco revela mais uma coleção de composições onde as baladas convivem com temas de alma pop, ritmados e mais luminosos. Convenhamos que Regina Spektor convence mais quando se afasta de baladas onde, por muito que se esforce (no canto, nos arranjos), não parece nunca atingir os patamares referenciais de uma Kate Bush, uma Joni Mitchell ou mesmo Tori Amos. É por isso que, quando propõe na abertura do disco uma canção com a estrutura interna de uma pequena suite, como sucede som de Small Town Moon, parece prometer mundos que depois não se materializam nas faixas seguintes. All The Rowboats, que junta uma invulgar cenografia elétrica (sem prescindir do protagonismo do piano) lança novas promessas. Ballad of A Polititian aceita discreta presença de electrónicas. Já Ne Me Quite Pas (nada a ver com a canção de Jacques Brel) revela um divertimento pop menor com inconsequente sabor caribenho. Pior mesmo sendo o sotaque italiano fake de Oh Marcello, de uma teatralidade alienígena ao corpo do resto do disco. Apesar dos bons momentos, já ouvimos bem melhor em Regina Spektor.