Mais um volume da série de álbuns duplos através da qual a EMI Classics tem recuperado uma série de gravações de obras marcantes do século XX do seu catálogo. Desta vez com a música de Sibelius.
Um dos maiores sinfonistas do século XX (juntamente com Mahler e Shostakovich), o finlandês Jean Sibelius (1865-1957) viveu um período que assistiu a profundas mudanças na história da música. Porém, pela sua obra passa uma profunda expressão de uma identidade que talhou um caminho pessoal, mesmo contra as mudanças das marés em curso. Ecos do sinfonismo romântico cruzaram uma obra que o tempo acabou por reconhecer entre as maiores do século XX, as suas sinfonias e alguns poemas sinfónicos morando hoje no repertório vivo de muitas orquestras. Nesta nova edição integrada na série 20th Century Classics são recuperadas gravações das suas sinfonias números 4, 5, 6 e 7, o alinhamento integrando ainda o poema sinfónico Tapiola, de 1927. Gravações que juntam figuras como Herbert von Karajan, à frente da Berliner Philharmoniker (numa Sinfonia nº 4 gravada em 1976 e uma Sinfonia nº 6 de 1980), Simon Rattle, ainda nos dias da City Of Birmingham Symphony Orchestra (numa Sinfonia nº 5 gravada em 1987) ou Paavo Barglund, com a Orquestra Filarmónica de Helsínquia (na Sinfonia nº 7, em gravação de 1984). Não se trata de uma antologia, nem parece representar (pelas características desta série de lançamentos) um episódio de uma eventual integral da obra sinfónica do compositor. Mas pela excelência das gravações recolhidas serve-se um retrato representativo das visões de Sibelius, entre a melancolia que assombra a sétima, o travo pastoral que cruza o andamento de abertura da sexta ou o fulgor da quinta, definindo-se um olhar capaz de deixar claro porque estamos perante um nome maior da música orquestral do século XX.