Belo cartaz! Breaking Upwards esteve no festival South by Southwest (Austin, Texas) e propõe o retrato de um jovem casal de Nova Iorque [ver trailer] empenhado em encontrar a melhor estratégia para a sua própria... separação — ela é interpretada por Zoe Lister Jones, ele por Daryl Wein: ambos participaram na escrita do argumento (com Peter Duchan) e ele assina a realização.
Será "bom"? Será "mau"? Não é isso que, aqui, interessa. Trata-se apenas de destacar a singularidade comercial de uma pequeníssima produção independente, dessas que tendem a ser esquecidas por todas as visões megalómanas (economicamente megalómanas, entenda-se) da indústria cinematográfica, em geral, e do cinema made in USA, em particular.
Assim, esta semana já começaram a proliferar as notícias sobre a performance comercial de Clash of the Titans, com 64 milhões de dólares acumulados em 3777 salas, o que dá uma receita por sala de 16.256 dólares. O que não se diz — o que, em boa verdade, nunca se diz — é que um mercado é feito de números que não são absolutos, devendo ser compreendidos, isto é, relativizados em função de várias coordenadas.
Especificando: Clash of the Titans custou 125 milhões. Mesmo omitindo o orçamento da sua campanha publicitária (regra geral, para este tipo de produções, idêntico ao valor da produção), isso significa que o estúdio conseguiu no fim de semana de lançamento cerca de metade daquilo que o filme custou (sem esquecer que uma percentagem significativa desse valor fica nos exibidores). Ora, que aconteceu com Breaking Upwards? Conseguiu uma receita de 15.300 dólares (não milhões, entenda-se: apenas 15.300 dólares) e teve uma receita por sala quase igual à de... Clash of the Titans! Porquê? Porque Breaking Upwards estreou em uma-sala-uma. Para completar este quadro de coisas realmente relativas, convém lembrar quanto se gastou na produção de Breaking Upwards — pois bem, 15.000 dólares; não 15 milhões de dólares, mas 15.000 dólares.
Daí que valha a pena voltar a discutir a inscrição da verdade nas mais diversas formas de jornalismo. Neste caso: dizer que Clash of the Titans rendeu 64 milhões de dólares é, por certo, uma notícia verdadeira. Mas sendo verdadeira é, ao mesmo tempo, enganosa, equívoca e limitativa da nossa percepção da realidade.
>>> Site oficial de Breaking Upwards.
Será "bom"? Será "mau"? Não é isso que, aqui, interessa. Trata-se apenas de destacar a singularidade comercial de uma pequeníssima produção independente, dessas que tendem a ser esquecidas por todas as visões megalómanas (economicamente megalómanas, entenda-se) da indústria cinematográfica, em geral, e do cinema made in USA, em particular.
Assim, esta semana já começaram a proliferar as notícias sobre a performance comercial de Clash of the Titans, com 64 milhões de dólares acumulados em 3777 salas, o que dá uma receita por sala de 16.256 dólares. O que não se diz — o que, em boa verdade, nunca se diz — é que um mercado é feito de números que não são absolutos, devendo ser compreendidos, isto é, relativizados em função de várias coordenadas.
Especificando: Clash of the Titans custou 125 milhões. Mesmo omitindo o orçamento da sua campanha publicitária (regra geral, para este tipo de produções, idêntico ao valor da produção), isso significa que o estúdio conseguiu no fim de semana de lançamento cerca de metade daquilo que o filme custou (sem esquecer que uma percentagem significativa desse valor fica nos exibidores). Ora, que aconteceu com Breaking Upwards? Conseguiu uma receita de 15.300 dólares (não milhões, entenda-se: apenas 15.300 dólares) e teve uma receita por sala quase igual à de... Clash of the Titans! Porquê? Porque Breaking Upwards estreou em uma-sala-uma. Para completar este quadro de coisas realmente relativas, convém lembrar quanto se gastou na produção de Breaking Upwards — pois bem, 15.000 dólares; não 15 milhões de dólares, mas 15.000 dólares.
Daí que valha a pena voltar a discutir a inscrição da verdade nas mais diversas formas de jornalismo. Neste caso: dizer que Clash of the Titans rendeu 64 milhões de dólares é, por certo, uma notícia verdadeira. Mas sendo verdadeira é, ao mesmo tempo, enganosa, equívoca e limitativa da nossa percepção da realidade.
>>> Site oficial de Breaking Upwards.