Há discos que nos confirmam a serena perenidade de um imenso património: Bach, hélas! Por vezes, são também discos que nos fazem compreender que nenhum regresso é linear, inocente, muito menos indiferente. Tudo isso perpassa por este sublime Bach, por Anne Sofie von Otter. E tanto mais quanto há nele um ziguezague pessoal, essencial à consolidação do projecto. De facto, na trajectória artística de von Otter, Bach foi um nome fundador, uma vez que foi com Bach (Paixão Segundo São João) que ela se estreou, em palco, em Estocolmo. Daí que esta selecção de árias não possa deixar de ser asumida como uma revisitação das origens. Ao mesmo tempo, von Otter arrisca conduzir Bach — ou ser conduzida por ele — para terrenos de um dramatismo invulgar, em particular no modo de dizer/articular o texto, por vezes claramente mais agreste do que a tradição impõe como "correcto". Para tal contou com a cumplicidade de Lars Ulrik Mortensen e do seu Concerto Copenhagen. É um álbum de ousadia e esplendor, por certo dos mais encantados e encantatórios deste ano de 2009.>>> Video promocional de apresentação de Bach/Anne Sofie von Otter.
>>> Página oficial de Bach/Anne Sofie von Otter.
>>> Página de Anne Sofie von Otter no site da Deutsche Grammophon.
>>> Site oficial do Concerto Copenhagen.