O novo filme da Pixar -- Up, dirigido por Pete Docter -- é em 3D e tem tudo o que uma aventura de desenhos animados é suposto ter: uma personagem absurdamente heróica (um velho que foge ao "progresso" da sua cidade, levando a sua casa a voar, presa por balões), uma dialéctica de gerações (há um escuteiro deliciosamente desesperado para fazer o Bem), até mesmo um cão com um sentido moral invulgarmente apurado...
Não creio que seja um dos grandes filmes do estúdio, quanto mais não seja porque as histórias-dentro-da-história são desiguais e, por vezes, com problemas de articulação entre si. Mas é um momento feliz de um género que está a atravessar uma idade de euforia: a de ajudar a dar o salto (e será um salto imenso, tanto económico como simbólico) para a generalização do 3D. Que podemos ganhar? E que vamos perder? O mais insólito é que, apesar da sofisticação da tecnologia, vemos um filme como Up e percebemos que o 3D é indiferente para aquilo que o faz viver como objecto de cinema.
Não creio que seja um dos grandes filmes do estúdio, quanto mais não seja porque as histórias-dentro-da-história são desiguais e, por vezes, com problemas de articulação entre si. Mas é um momento feliz de um género que está a atravessar uma idade de euforia: a de ajudar a dar o salto (e será um salto imenso, tanto económico como simbólico) para a generalização do 3D. Que podemos ganhar? E que vamos perder? O mais insólito é que, apesar da sofisticação da tecnologia, vemos um filme como Up e percebemos que o 3D é indiferente para aquilo que o faz viver como objecto de cinema.