sexta-feira, dezembro 26, 2008

De regresso ao cinema

Discografia Duran Duran - 47
'Out Of My Mind' (single), 1997´

Terminada a etapa Thank You, os Duran Duran regressaram a estúdio para gravar um novo disco de temas originais. A tensão e insatisfação gerada pelo insucesso do álbum de 1995 e questões pessoais terão contribuído para mais uma separação, que a dada altura afastou das sessões o baixista John Taylor, um dos fundadores do grupo. Ainda longe de ter um alinhamento final definido, a editora pegou num conjunto de canções já concluídas, procurando para uma delas um lugar numa banda sonora de um potencial blockbuster da temporada... Encontrou interesse na equipa que preparava então uma adaptação ao cinema do clássico televisivo dos anos 60: O Santo, e que teria Val Kilmer no papel protagonista. Foi assim que Out Of My Mind ganhou vida, bem antes das demais canções que meses depois dariam forma a Medazzaland. A canção, de textura elaborada, revelou mais uma composição mid tempo, em tons menores, aceitando heranças de eloquência da etapa final da obra dos Roxy Music, porém revelando um tom desencantado que, muito certamente, era fruto do clima sombrio que então se abatia sobre o grupo. O single foi editado em Março de 1997 pela Virgin Records, representando o primeiro lançamento do grupo fora do selo EMI/Parlophone (ou Capitol nos EUA) em que editara desde 1981. O single, editado apenas em CD, incluía os temas Sinner Or Saint (composto para o filme) e Silva Halo (de Medazzaland). No Reino Unido atingiu o número 21.



O teledisco de Out Of My Mind é um dos melhores (e menos conhecidos) da videografia dos Duran Duran nos anos 90. Realizado por Dean Farr, foi rodado num castelo na República Checa, apresentando os três elementos do grupo a vestir a pele de várias personagens, numa história de tons barrocos, com fantasmas pelo meio. E sem qualquer ligação com o filme que usou a canção na sua banda sonora.

Eartha Kitt (1927 - 2008)

Um dia disse de si própria que foi a primeira "Material Girl". E com razões para o dizer: nos anos 50/60, Eartha Kitt impôs-se como símbolo de um modo de cantar em que o discurso romântico se convertia, de forma mais ou menos perversa, numa calculada arte de sedução, tecida de erotismo e provocação — Eartha Kitt morreu no dia de Natal, em Nova Iorque, aos 81 anos, vitimada por cancro no cólon.
Marcada por uma infância de discriminação e solidão, transformou-se numa figura emblemática dos cabarets e do espectáculo teatral, com uma carreira multifacetada em televisão e cinema. Foi revelada por Orson Welles, em 1950, em Time Runs, uma variação sobre Fausto em que ela assumia a personagem de Helena de Tróia. Muito popular no começo dos anos 60 pelo seu papel de 'Catwoman' na série televisiva Batman, viu-se marginalizada, no tempo de Lyndon Johnson, por causa das suas opiniões contra a guerra do Vietname. Regressaria, em apoteose, em 1978, integrando o elenco de Timbuktu, na Broadway, uma versão 100 por cento afro-americana de Kismet — na altura, o Presidente Jimmy Carter fez questão em saudá-la pessoalmente. As canções C'est si Bon e Santa Baby constituem imagens de marca da sua arte de cantar. Há cerca de seis semanas, Eartha Kitt concuíra a gravação de um programa especial para a PBS, a emitir em Fevereiro de 2009.
Este é um registo de 1962: uma espantosa, ligeirísima, interpretação de Just an Old Fashioned Girl.



>>> Biografia na MTV.
>>> Obituário em
The New York Times.
>>> Entrevista na NPR: 'The Long View'.

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Natal no Cambodja

Ainda há histórias de Natal — até mesmo no Natal. Vemos na fotografia um exemplo de um castor, de rios asiáticos, que se julgava extinto. A boa notícia é que o castor "de nariz peludo" reapareceu num lago do Cambodja, provando que mesmo a violência arbitrária dos caçadores nem sempre consegue destruir a vitalidade da natureza — a CNN conta a história.

Harold Pinter (1930 - 2008)

Morreu, vitimado por cancro, um dos nomes maiores da literatura do século XX (Nobel em 2005) e, em particular, do teatro contemporâneo — Harold Pinter faleceu na véspera do dia de Natal, contava 78 anos.
A primeira peça de Pinter, The Room, surgiu em 1957. Se há linha de continuidade e coerência numa obra que viria a repartir-se pelo teatro (29 peças), cinema (26 argumentos), poesia, ensaio, televisão e rádio, talvez a possamos definir através de uma paradoxal insuficiência da palavra: as personagens das suas peças mais famosas — The Birthday Party (1957), The Caretaker (1959), The Homecoming (1964), No Man's Land (1975), Betrayal (1978), One for the Road (1984) ou Moonlight (1993) — vivem quase sempre nesse espaço intermédio (de facto, uma terra-de-ninguém) em que a comunicação favorece um sistema de trocas que, por trágica ironia, amplia a solidão de cada um.
De algum modo, a sua ligação ao cinema, com argumentos originais, adaptados ou baseados em peças de sua autoria, reflecte a mesma dinâmica temática e criativa. A sua ligação ao negrume crítico da obra de Joseph Losey (1909-1984) foi particularmente marcante, tendo-se saldado por três títulos — O Criado (1963), Acidente (1967) e O Mensageiro (1970) —, de alguma maneira unidos pela contemplação dos restos do romantismo clássico. O mesmo se poderá dizer, aliás, da sua adaptação do romance de John Fowles, A Amante do Tenente Francês, filmada em 1981 por Karel Reisz, com Meryl Streep e Jeremy Irons nos principais papéis — eis o respectivo trailer.



Com formação e prática de actor (nos anos 50, usando o pseudónimo 'David Baron'), Pinter teve toda a sua carreira pontuada por diversos trabalhos em palco, no cinema e na televisão. Em 2006, no âmbito da temporada comemorativa dos 50 anos do Royal Court, Pinter interpretou a personagem de Krapp numa breve carreira (nove representações) de Krapps's Last Tape, de Samuel Beckett. No passado mês de Outubro, assumira a presidência da Central School of Speech and Drama, precisamente a escola em que estudara arte dramática em 1950-51.
Distinguido em 2005 com o Prémio Nobel da Literatura, o seu discurso de agradecimento é uma notável peça literária e de oratória, reflectindo os seus continuados empenhamentos políticos e, em particular, a sua condenação da intervenção dos EUA no Iraque.

>>> Site oficial de Harold Pinter.
>>> Entrevista conduzida pelo actor e director
Harry Burton (8 Set. 2008).
>>> Obituário na
BBC.
>>> Obituário em
The New York Times.
>>> Obituário em
Le Monde.
>>> Site oficial da
Central School of Speech and Drama.
>>> Página no
British Film Institute.
>>> Teatro de Pinter pelos
Artistas Unidos.
>>> Video do discurso do
Nobel.

O primeiro Natal na Lua

Foi há 40 anos. A bordo da cápsula da Apollo 8, dando continuidade ao desafio lançado anos antes por John F Kennedy (o de por um homem na superfície lunar), que se concretizaria meses depois, três astronautas faziam História. Lovell, Borman e Anders eram os primeiros homens a voar até à Lua, a ver-lhe a face oculta e, daí, observar ao longe a fragilidade do nosso mundo no Espaço. E viviam aí, em órbita lunar, um Natal no Espaço. Entraram nas casas do mundo inteiro, em directo, através de uma transmissão televisiva, terminando a emissão com uma mensagem que ficou registada na história da humanidade: “And from the crew of Apollo 8, we close with good night, good luck, a merry Christmas and God bless all of you, all of you on the good earth”. Era a primeira mensagem de Natal vinda da Lua… Na ocasião tiraram uma fotografia que ficou registada na história do século XX: a Terra, vista da Lua, em noite de Natal.

Canções de Natal: Danny Elfman

É dos mais atípicos filmes sobre o Natal, mas na verdade nada mais que uma outra forma de reflexão sobre os seus valores. Com história, personagens e ambientes criados por Tim Burton, mas sob realização de Henry Selick, The Nightmare Before Christmas (1993) tem na banda sonora criada por Danny Elfman (que dá voz ao protagonista Jack) um dos seus contrafortes. Aqui fica, em dia de Natal, What’s This?, a “canção de Natal” do filme, aquele momento em que o rei da cidade do Halloween descobre um mundo diferente do seu...

Já se vota em Hollywood

Hollywood já começou a votar para os Óscares... 5810 boletins já foram enviados para membros da Academy Of Motion Picture Arts and Sciences. Os nomeados serão divulgados a 22 de Janeiro. Uma segunda votação decidirá depois os vencedores, revelados na noite de 22 de Fevereiro, em gala apresentada pou Hugh Jackman.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Primeiro teledisco do novo álbum do "Boss"

My Lucky Day é o primeiro teledisco do álbum Working on a Dream, o 16º registo de estúdio de Bruce Springsteen (pouco mais de um ano depois de Magic). Bruce revelou o tema que dá o título ao álbum no passado dia 2 de Novembro, num comício de Barack Obama. Entretanto, o tema final do alinhamento, The Wrestler (do filme homónimo de Darren Aronovsky, com Mickey Rurke), recebeu uma nomeação para o Globe de Ouro de Melhor Canção.

Feliz Natal


Canções de Natal: D. Bowie / B. Crosby

Mais uma canção de Natal, hoje recordando um encontro televisivo em finais de 1977 entre David Bowie e Bing Crosby. Bowie, que deixou claro que não gostaria de cantar Little Drummer Boy, levou a produção a criar um medley com o inédito Peace On Earth. A participação de Bowie no programa televisivo chegou a disco só cinco anos depois. Desde então a versão conjunta é um standard da quadra... Aqui fica o momento...