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REUTERS / Elizabeth Frantz, Andrew Kelly, Marco Bello, Brian Snyder e Mike Segar |
Como se mede a fidelidade de uma multidão a um líder?
Eis uma pergunta que vale a pena repetir face à moda, efémera, que marcou a Convenção Nacional do Partido Republicano, em Milwaukee: pensos na orelha direita, "duplicando" o modo como Donald Trump surgiu, cerca de 48 depois de ter
sobrevivido a uma tentativa de assassinato.
Que fidelidade é esta? Estranhamente (ou talvez não), envolve uma pueril
desdramatização da própria entidade que se homenageia. Como se Trump fosse um líder que se definisse, menos pelo sistema de ideias, mais pela iconografia que o seu corpo pode expor e, num certo sentido, sustentar. O que, em última instância, o desqualifica enquanto sujeito, aproximando-o da condição de uma
marca — provavelmente, é esse novo poder político que
Kamala Harris irá enfrentar.