Realizador de Momentos de Glória, um título lendário na história dos Oscars, o inglês Hugh Hudson faleceu no dia 10 de fevereiro, no Charing Cross Hospital, de Londres, a sua cidade natal — contava 86 anos.
Seria incorrecto reduzir a trajectória criativa de Hudson à apoteose de Momentos de Glória, o célebre Chariots of Fire (1981), evocando a experiência dos atletas ingleses nos Jogos Olímpicos de 1924, quanto mais não seja porque ele começou por ser um competenete director de publicidade e documentários televisivos; além do mais, dirigiu também Greystoke (1984), uma curiosa variação sobre o mito de Tarzan, e Revolução (1985), evocação trágica dos movimentos revolucionários que geraram os EUA (a meu ver, o seu filme mais consistente).
O certo é que Momentos de Glória se destaca, desde logo por causa da sua retumbante vitória nos Oscars, com quatro estatuetas, incluindo melhor filme de 1981. Acontece que foi uma vitória, no mínimo, discutível (e muito discutida...), já que entre os nomeados se encontravam, por exemplo, Os Salteadores da Arca Perdida, de Steven Spielberg, e Reds, de Warren Beatty. Em termos simbólicos, tal vitória envolveu o reconhecimento da importância da produção britânica para aquele momento específico de Hollywood e, em particular, do produtor David Puttnam — sem esquecer, claro, que uma parte significativa do impacto do filme passou pela banda sonora de Vangelis [video], precisamente uma das contribuições "oscarizadas" (as outras foram o argumento original e o guarda-roupa, respectivamente de Collin Welland e Milena Canonero).
>>> Obituário no jornal The Guardian.
>>> Chariots of Fire na Wikipedia.