Violinista americana, nascida em 1979, Hilary Hahn é, hoje em dia, uma referência de excelência. A ponto de apresentar agora um álbum, Paris (Deutsche Grammophon), que, sendo um objecto de pura satisfação pessoal, não deixa de ser um acontecimento realmente excepcional no mundo do violino.
Porquê Paris? As motivações têm tanto de cultural como de afectivo (não será a mesma coisa?):
— Poema para Violino e Orquestra, do romântico Ernest Chausson, é, de facto, a única obra composta por um francês (em 1896);
— Concerto para Violino nº 1, de Sergei Prokofiev, teve a sua primeira performance, em Paris, corria o ano de 1923;
— Duas Serenatas, do finlandês Einojuhani Rautavaara, foram compostas para Hahn, sendo das derradeiras obras do compositor (falecido em 2016); tratou-se de uma encomenda do maestro, também finlandês, Mikko Franck, sendo ele que dirige em todo este admirável registo a Orquestra Filarmónica da Radio France.
Sem hesitação, este é, desde já, um dos álbuns incontornáveis de 2021 — eis a faixa de abertura, isto é, a obra de Chausson.