Um dos derradeiros grandes lançamentos de 2020: uma colecção de canções de Robert Schumann e Johannes Brahms, interpretadas por Elina Garanca, mezzo soprano de riquíssimos contrastes e modulações, por certo uma das mais admiráveis cantoras líricas da actualidade. Não é uma revelação, como é óbvio — Garanca nasceu em Riga, Letónia, em 1976, e possui uma notável carreira internacional —, mas, como escreve James Manheim [AllMusic], este álbum da Deutsche Grammophon assinala a coexistência de um repertório de ópera com o domínio tão particular das canções (como já tinha sido sensível no concerto que deu na Fundação Gulbenkian, em 2009). Começando por Schumann (Frauenliebe und Leben, Op. 42 - I. Seit ich ihn gesehen) aí está o esplendoroso Lieder.