Escritor, ensaísta, historiador, foi sobretudo como cronista político que se tornou conhecido do grande público: Vasco Pulido Valente faleceu no dia 21 de Fevereiro, em Lisboa — contava 78 anos.
Na sequência das eleições legislativas de 1979, no VI Governo Constitucional dirigido por Francisco Sá Carneiro, foi secretário adjunto do primeiro-ministro, acumulando as funções de secretário de Estado da Cultura. Como comentador da cena política, colaborou, por exemplo, em O Independente, Expresso, Diário de Notícias, Público e Observador — a partir de 2017, razões de saúde levaram-no a interromper a produção regular de textos. Foi também comentador do Jornal Nacional (TVI). A sua escrita sempre se distinguiu por uma visão contundente da vida política, muitas vezes acompanhada por desencantados retratos dos respectivos protagonistas.
Em cinema, colaborou nos argumentos de O Cerco (1970), de António da Cunha Telles, e Aqui d'El Rei! (1992), de António-Pedro Vasconcelos; mais tarde, em 2002, adaptou O Delfim, de José Cardoso Pires, para o realizador Fernando Lopes. Entre os muitos livros que publicou, incluem-se O poder e o povo: A revolução de 1910 (1976), Estudos sobre a crise nacional (1980) e Glória: biografia de J. C. Vieira de Castro (2001).
Em cinema, colaborou nos argumentos de O Cerco (1970), de António da Cunha Telles, e Aqui d'El Rei! (1992), de António-Pedro Vasconcelos; mais tarde, em 2002, adaptou O Delfim, de José Cardoso Pires, para o realizador Fernando Lopes. Entre os muitos livros que publicou, incluem-se O poder e o povo: A revolução de 1910 (1976), Estudos sobre a crise nacional (1980) e Glória: biografia de J. C. Vieira de Castro (2001).
>>> Ando a ler uma “História do Cristianismo – Primeiro Milénio”, que tem 1 100 páginas e ajuda muito quando se tem de esperar. É um interesse antigo que os meus compatriotas não partilham. Verdade que Saldanha, o da estátua, conseguiu fazer o maior discurso do Parlamento português sobre o Concílio de Niceia, mas não era inteiramente bom da cabeça e era Presidente do Conselho e comandante-em-chefe do exército. Os católicos nunca se interessaram muito pela origem ou pela teologia da sua fé. Hoje nem sequer há uma boa tradução da Bíblia (tirando talvez a do Novo Testamento, directamente traduzida do grego por Frederico Lourenço, que saiu esta semana). O próprio Patriarca deu a entender a uma amiga minha que não estava muito satisfeito com esta situação. A Universidade Católica não se interessa e só se preocupa com as suas ninhadas de economistas, de gestores e daquelas criaturas que se auto-proclamam “cientistas” políticos. O que estará na cabeça do católico indígena, fora meia dúzia de orações e de rituais, e de uma vaga crença no Céu e no Inferno?
VPV
in Observador
16 Out. 2016
>>> À conversa com Pedro Rolo Duarte [Falatório, RTP, 1997].
>>> Obituário no Diário de Notícias.