Não se trata, entenda-se, de perorar em termos genéricos sobre os jogos de video — as generalizações conduzem-nos, quase sempre, a alguma forma de desconhecimento. Porquê? Precisamente porque as singularidades resistem aos resumos globais.
Em todo o caso, registe-se um exemplo (entre muitos possíveis, hélas!) da boçalidade a que chegou a oferta do comércio virtual. A saber: um jogo apostado em recriar o "conflito das nações" e, mais especificamente, a III Guerra Mundial [video promocional]. E recordemos o mais básico: quando tudo é susceptível de ser jogado, nada possui pertinência real ou realista, espessura humana ou expressão humanista. Vogamos no domínio da pura perda de sensibilidade — mesmo a mútua aniquilação é vivida como uma derivação jogável, sem pensamento e sem trauma, no limite, indiferente.