De que falamos quando falamos de Taylor Swift? Ou como a escutamos?
Digamos que, ao longo dos anos, a temos descoberto entre a facilidade de um descarnado naturalismo e a procura de uma genuína e, de algum modo, confessional teatralidade.
O que nos conduz a uma pergunta clássica: ser uma estrela é apenas a monótona reiteração de um estatuto ou pode ser um sistema coerente de risco e consequência, sedução e desafio?
Integrado na série de performances designadas como 'Tiny Desk Concert', a passagem de Swift pelos estúdios da NPR envolve uma radiosa resposta àquelas dúvidas. Conduzindo-nos a nova interrogação: e se a saturação de efeitos & poses que tem caracterizado o seu protagonismo no país global do entertainment fosse um logro artístico? E se ela arriscasse expor-se através do minimalismo de uma guitarra ou um piano?
É o que acontece aqui. São quatro canções — The Man, Lover, Death by a Thousand Cuts e All Too Well, as três primeiras do recente Lover (2019), a última de Red (2012) — despidas de artificialismos redundantes, devolvidas à sensibilidade primordial da voz. Solo, voilà. Menos é mais.