domingo, novembro 03, 2019

Marie Laforêt (1939 - 2019)

Símbolo pop da canção francesa, teve também uma multifacetada carreira em cinema e teatro: Marie Laforêt faleceu no dia 2 de Novembro, em Genolier, na Suíça — contava 80 anos.
A sua presença enigmática, misto de sedução e resistência ao olhar dos outros, fez dela uma estrela relutante, ainda que muito popular no panorama da canção francesa dos anos 60/70 — é, aliás, ao longo dessas duas décadas que regista o essencial da sua obra discográfica. No cinema, estreou-se na época de lançamento da Nova Vaga, embora num título exterior ao movimento — Plein Soleil/À Luz do Sol (1960), de René Clément —, adaptação de Patricia Highsmith, em que contracenava com Alain Delon e Maurice Ronet, e que, com o passar dos anos, se transformou em objecto de culto (a sua cópia restaurada foi lançada em 2013, na secção de Clássicos do Festival de Cannes).
Como um dia escreveu o crítico e escritor François Weyergans, Laforêt era um rosto que resistia à luz, desse modo intensificando o mistério da sua presença. Entre os seus filmes mais importantes, incluem-se aqueles em que foi dirigida por Jean-Gabriel Albicocco, seu primeiro marido, com destaque para La Fille aux Yeux d'Or (1961), inspirado em Balzac, ou ainda Marie Chantal contra o Dr. Kha (1965), de Claude Chabrol, e Tangos - O Exílio de Gardel (1985), de Fernando E. Solanas. Autora também de vários livros, publicou, por exemplo, o confessional Contes et Légendes de Ma Vie Privée (1981).

>>> Duas canções de Marie Laforêt: Je Suis Folle de Vous e Viens, Viens.




>>> Trailer de À Luz do Sol, versão restaurada de 2013.


>>> Obituário na revista L'Obs.