quinta-feira, outubro 03, 2019

Giya Kancheli (1935 - 2019)

Nome grande da música da Geórgia, por vezes designado como "minimalista místico" da Europa de Leste, o compositor Giya Kancheli faleceu em Tbilisi, no dia 2 de Outubro — contava 84 anos.
A sua obra imensa vai desde as composições orquestrais até às bandas sonoras para cinema, tendo tido uma especial divulgação nas últimas três décadas através das edições ECM. Entre os cineastas que integraram composições de Kancheli nos seus filmes incluem-se Terrence Malick (A Árvore da Vida, 2011) e Jean-Luc Godard (Adeus à Linguagem, 2014).
A motivação primeira para a sua formação musical foi o jazz, tendo sido depois especialmente marcado pelas obras de Igor Stravinsky, Béla Bartók e Anton Webern. Durante duas décadas dirigiu o Teatro Rustaveli, em Tbilisi; depois da dissolução da URSS, viveu em Berlim e Antuérpia, nesta cidade tendo sido compositor-residente da Real Filarmónica Flamenga. De alguma maneira, essa sua trajectória pessoal espelha-se no sentimento de exílio e contemplação frequentemente associado à sua música — por alguma razão, ele era o primeiro a sublinhar a importância do(s) silêncio(s) na estrutura das suas peças.

>>> Sinfonia nº 4, "in memoria di Michelangelo" (1974) — gravação de 1995 pela Orquestra Filarmónica de Helsínquia; maestro James DePreist.



>>> Styx, composição de 1999, para viola, coro misto e orquestra, interpretada pela Orquestra Filarmónica da Geórgia, com Giorgi Zagareli na viola — concerto de celebração do 80º aniversário de Giya Kancheli.


>>> Programa de televisão belga, com Kancheli na sua casa de Antuérpia, emitido em 2018.


>>> Obituário na NPR.
>>> Giya Kancheli na BBC.