PERSONA (1966) |
Notável intérprete, figura indissociável do universo de Ingmar Bergman, a actriz sueca Bibi Andersson faleceu no dia 14 de Abril, em Estocolmo, cerca de dez anos depois de um AVC que condicionou toda a sua existência, incapacitando-a de falar — contava 83 anos.
Foi ela a personagem de Alma, a enfermeira que tratava de Elisabet Vogler (Liv Ullmann), a actriz que perdia o uso da fala em Persona/A Máscara (1966), título central na obra bergmaniana e, mais do que isso, um dos símbolos modelares da modernidade cinematográfica. Sob a direcção de Bergman, surgiu ainda em Sorrisos de uma Noite de Verão (1955), O Sétimo Selo (1957), Morangos Silvestres (1957), No Limiar da Vida (1958), O Rosto (1958), O Olho do Diabo (1960), A Força do Sexo Fraco (1964), Paixão (1969) e O Amante (1971), este em língua inglesa, contracenando com Elliott Gould; integrou também o elenco da mini-série televisiva Cenas da Vida Conjugal (1973), exibida, numa versão mais curta, nas salas de cinema. Com uma importante carreira no teatro, foi dirigida por Bergman em Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, em 1962.
Capaz de expor as nuances mais enigmáticas do desejo e do pensamento, Andersson teve também algumas participações exemplares em filmes como A Ilha (1966), de Alf Sjöberg, Minha Irmã, Meu Amor (1966), de Vilgot Sjöman, A Carta do Kremlin (1970), de John Huston, ou Quinteto (1978), de Robert Altman; surgiu num pequeno papel em A Festa de Babette (1987), do dinamarquês Gabriel Axel, porventura o seu trabalho com maior difusão internacional, graças à respectiva consagração com o Oscar de melhor filme estrangeiro. Publicou a autobiografia Ett ögonblick em 1966.
>>> Com Victor Sjöström — final de Morangos Silvestres.
>>> A narrativa de uma experiência sexual de Alma em Persona.
>>> Cena de O Amante.
>>> Obituário no New York Times.
>>> Bibi Andersson no site oficial de Ingmar Bergman.
>>> Artigo de Peter Cowie na Criterion Collection.