sexta-feira, agosto 31, 2018

O perfume de Zoë

Todos os sexos são ambíguos. Todos os cenários são incertos. Qualquer recanto, por mais recatado ou intimista, acaba por ser exposto, porventura denunciado, através de um mapa global. A Ásia é a nova Europa. Assim vai o mundo em que vivemos — o anúncio de Black Opium, de Yves Saint Laurent, com Zoë Kravitz [Vogue], é a celebração angustiada desse modo de estar em todo o lado e não pertencer a nenhum lugar. O perfume, na sua vocação de coisa presente, mas sempre imponderável, talvez seja a derradeira utopia — o perfume, não o corpo por ele perfumado.