Pierre Deladonchamps e Vincent Lacoste: dois actores verdadeiramente em estado de graça num filme que, não por acaso, os trata como matéria prima essencial — Plaire, Aimer et Courir Vite revisita os anos 90, assombrados pela sida, através de um sistema de relações em que, em última instância, é o próprio valor (social ou individual) do amor que se encontra em transe — ou em trânsito, se quisermos encarar a história como uma permanente deslocação das próprias condições materiais que (nos) levam a estabelecer valores. Assinado por Christophe Honoré, eis um filme de contida beleza que nos recorda, afinal, que a herança narrativa e simbólica de François Truffaut (1932-1984) continua bem viva.