© Klaus Rudolf |
* GRIGORY SOKOLOV, Piano
Joseph Haydn
Piano Sonata No. 32, in G minor, Hob.XVI:44
Piano Sonata No. 47, in B minor, Hob.XVI:32
Piano Sonata No. 49, in C-sharp minor, Hob.XVI:36
Franz Schubert
Impromptus D. 935Oito concertos em oito temporadas consecutivas. Dir-se-ia que a presença de Grigory Sokolov no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian é apenas a confirmação de uma rotina... até mesmo nos "obrigatórios" seis encores... Na verdade, podemos e devemos ir para além do reconhecimento dos seus extraordinários dotes de pianista, acima de tudo porque importa situar tais dotes num domínio que integra, mas transcende, o admirável rigor técnico. Sokolov é, afinal, um genuíno narrador, no sentido em que consegue gerar na audiência a mais paradoxal das sensações: por um lado, um obstinado rigor na valorização de todas as nuances das peças interpretadas; por outro lado, a afirmação de uma liberdade de execução que se desenvolve como se a pauta (em qualquer caso, ausente) fosse um simples esboço para aceder a novos e inusitados labirintos interpretativos. Uma vez mais, Schubert terá sido o principal motor dessa arte singular de reinventar o movimento interior de cada obra, preservando sempre a sua verdade mais primitiva.
Eis um registo de Schubert, Impromptus, D. 899, n.º 4: Allegretto, por Sokolov [Berlin Philarmonie, 2014], precisamente um dos encores do inesquecível concerto da Gulbenkian.