É uma das obras-primas da pop que encerra o século XX: Ray of Light, sétimo álbum de estúdio de Madonna, foi lançado a 22 de Fevereiro de 1998 — faz hoje 20 anos.
Curiosamente, essa data de lançamento não foi universal: o disco começou por surgir no Japão, ocorrendo o chamado lançamento mundial poucos dias mais tarde, a 2 de Março. Aliás, a edição japonesa inclui uma 14ª faixa, Has to Be, que não constaria na edição standard, com o seguinte alinhamento:
1. Drowned World/Substitute for Love
2. Swim
3. Ray of Light
4. Candy Perfume Girl
5. Skin
6. Nothing Really Matters
7. Sky Fits Heaven
8. Shanti/Ashtangi
9. Frozen
10. The Power of Good-Bye
11. To Have and Not to Hold
12. Little Star
13. Mer Girl
Ray of Light sucedeu-se às convulsões mediáticas e morais geradas pelo livro Sex (1992) e a um álbum, Bedtime Stories (1994), que funcionou como um interregno romanesco e introspectivo. De alguma maneira, essa dimensão intimista surgia reforçada através da dimensão confessional de várias canções — a começar por Drowned World, reflectindo as ambivalências da condição de estrela —, indissociável do nascimento da primeira filha de Madonna, Lourdes Maria, em 1996 (Little Star é a ela dedicada).
A colaboração de William Orbit na produção seria decisiva para a criação de uma ambiência electrónica & romântica, antecipando muitas sonoridades do século seguinte. Isto sem esquecer que, embora já com uma história visual riquíssima, Madonna teria com Ray of Light alguns dos seus telediscos mais notáveis, a começar, claro, pelo da canção-título, realizado por Jonas Åkerlund.
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Em jeito de montra, aqui ficam cinco referências emblemáticas:
— Has to Be (canção apenas incluída na edição japonesa);
— Frozen na BBC (1998);
— teledisco de Ray of Light (real.: Jonas Åkerlund);
— teledisco de Nothing Really Matters (real.: Johan Renck);
— Ray of Light no Live Earth (Wembley, Londres, 07-07-2007).
>>> Fundação Ray of Light.