* CHAMA-ME PELO TEU NOME, de Luca Gudagnino
[ DN, 18-01-2018 ]
Na actual produção italiana, Luca Guadagnino é, por certo, o mais legítimo herdeiro de Luchino Visconti (1906-1976). A sua encenação da pulsão amorosa envolve corpos e paisagens, palavras e música, num turbilhão de sinais que parecem inventar um mundo alternativo. Assim acontece neste maravilhoso Call Me By Your Name, situado na Itália da década de 1980, centrado na relação de Elio, um jovem de 17 anos, e Oliver, chegado da América para participar nos estudos arqueológicos do pai de Elio.
Sem ceder a qualquer formatação dramática ou moral, Guadagnino encena o esplendor e a fragilidade do amor, numa narrativa em que a dimensão física dos gestos parece diluir-se na metafísica dos desejos. Timothée Chalamet tem sido justamente reconhecido pela composição de Elio, mas Armie Hammer, como Oliver, é igualmente brilhante.