Em cima, podemos ver uma imagem promocional da sequela do filme Deadpool (2016), de novo com Ryan Reynolds, agendado para o Verão de 2018. Em baixo, 'A criação de Adão', porventura o mais célebre fragmento do tecto da Capela Sistina, no Vaticano, pintado por Miguel Ângelo no período 1508-12.
Para além do delicioso jogo simbólico com os elementos de uma obra que é património da humanidade, as atribulações destes tempos de promoção da "ordem" e da "pureza" levam-nos a supor que não faltará muito para algum colectivo de cidadãos organizar uma petição para que a campanha do filme seja retirada de circulação... Especulação? Bem pelo contrário: recorde-se o que aconteceu com um quadro de Balthus — registemos, por isso, a imagem de Deadpool antes que os ventos da história a queiram rasurar do campo da nossa visão.
Em boa verdade, não estamos livres de haver algum colectivo de profissionais do "escândalo" que comece a sugerir que o liberalismo do Papa Francisco tem limites — não terá chegado o momento de ocultar os excessos de Miguel Ângelo?...
Em boa verdade, não estamos livres de haver algum colectivo de profissionais do "escândalo" que comece a sugerir que o liberalismo do Papa Francisco tem limites — não terá chegado o momento de ocultar os excessos de Miguel Ângelo?...