* QUANDO SE TEM 17 ANOS, de André Téchiné
[ DN, 26-10-17 ]
Nome fundamental da história moderna do cinema francês, André Téchiné tem sido, nos últimos anos, uma presença irregular no mercado português (Les Témoins e La Fille du RER, respectivamente de 2007 e 2009, não chegaram às salas). Surge, agora, esta sua realização de 2016 [que teve ante-estreia no Queer Lisboa], um retrato da descoberta amorosa e sexual de dois rapazes em que, inevitavelmente, sentimos os ecos de Os Juncos Silvestres (1994). Alheio a qualquer determinismo psicológico, ou simbolismo “sociológico”, Téchiné sabe construir uma teia de factos e sensações em que o íntimo e o social, o individual e o colectivo, se expõem nos seus complexos cruzamentos — sem dúvida uma das estreias fundamentais de 2017, não esquecendo que, entretanto, o cineasta já dirigiu o magnífico Nos Années Folles, revelado em Maio no Festival de Cannes.