domingo, janeiro 29, 2017

Emmanuelle Riva (1927 - 2017)

Foi uma das musas da Nova Vaga francesa: a actriz Emmanuelle Riva faleceu no dia 27 de Janeiro, em Paris, vítima de cancro — contava 89 anos.
Provavelmente, para a maior parte dos espectadores mais jovens, ela é apenas a mulher de Amor (2012), o filme de Michael Haneke que lhe valeu um César e uma nomeação para o Oscar de melhor actriz. O certo é que Riva se estreou em 1959, com dos "filmes-bandeira" da Nova Vaga francesa: Hiroshima, Meu Amor — uma viagem exterior e interior à cidade de Hiroshima, habitada pelas memórias trágicas da bomba atómica, filmada por Alain Resnais a partir de um argumento escrito por Marguerite Duras.
Entre os seus títulos mais importantes incluem-se ainda Kapò (Gillo Pontecorvo, 1960), sobre uma rapariga judia que lidera uma tentativa de fuga de um campo de concentração, O Pecado de Teresa (Georges Franju, 1962), drama baseado no romance Thérèse Desqueyroux, de François Mauriac, Liberté, la Nuit (Philippe Garrel, 1984), uma viagem intimista em que contracenava com Maurice Garrel, e Azul (Krzysztof Kieslowski, 1993), primeiro capítulo da 'Trilogia das Cores' — em todos eles deixou os sinais de uma presença de delicada beleza e infinita complexidade emocional.

>>> Trailer da versão restaurada de Hiroshima, Meu Amor, em 2013; discurso de agradecimento do César por Amor.




>>> Obituário na revista Le Point.
>>> Sobre Hiroshima, Meu Amor [Criterion].
>>> Perfil/entrevista em The Guardian.