Cantora e actriz, foi um símbolo da idade de ouro do musical americano: Gloria DeHaven faleceu no dia 30 de Junho, em Las Vegas, na sequência de um ataque cardíaco — uma semana antes, completara 91 anos.
Apesar das suas qualidades de intérprete e do charme da sua presença, DeHaven foi uma das muitas figuras do género musical que nunca atingiu a dimensão de estrela. O facto de ser filha de dois actores de vaudeville, Carter DeHaven (também realizador) e Flora Parker DeHaven, foi decisivo na sua formação. Começou, ainda criança, num pequeno papel em Tempos Modernos (1936), de Charles Chaplin. Surgiu em pequenos papéis em dois títulos dirigidos por George Cukor: As Teorias de Susana (1940) e A Mulher de Duas Caras (1941), este o derradeiro filme de Greta Garbo.
Um dos momentos mais emblemáticos da sua carreira é Três Palavrinhas (1950), de Richard Thorpe, sobre a dupla de compositores Bert Kalmar/Harry Ruby (Fred Astaire/Red Skelton), com DeHaven a interpretar a personagem da sua mãe. Surgiu ainda, por exemplo, em Festa no Campo (1950), de Charles Walters, Isto é Paris (1954), de Richard Quine, e Hotel Flamingo (1955), de Robert Pirosh. A partir daí, como muitos outros actores da época, dedicou-se quase por inteiro a produções televisivas — o seu derradeiro filme foi Mais Olhos Que Barriga (1997), de Martha Coolidge, com a dupla Walter Matthau/Jack Lemmon.
>>> Gloria DeHaven cantando Who's Sorry Now? em Três Palavrinhas.
>>> Obituário no Los Angeles Times.