segunda-feira, agosto 08, 2016

DC / Marvel — uma guerra de marcas

O Verão cinematográfico dos super-heróis é cada vez mais guerra de marcas e menos cinema — esta nota foi publicada no Diário de Notícias (4 Agosto).

Face a um filme como Esquadrão Suicida, de David Ayer, já não é só uma problema de repetição de fórmulas “espectaculares” e acumulação dos célebres efeitos especiais, cada vez mais repetitivos e redundantes (no campo sonoro, apenas apostados em reduzir o espectador a uma surdez de incauto zombie). De facto, este cinema de super-heróis chegou a um impasse total, coleccionando números mais ou menos circenses em que já nada importa a não ser a proliferação de luzes, ruídos e cenários em cacos — a velha oposição entre o Bem e o Mal, pedra de toque da nobre tradição deste tipo de histórias, foi mesmo reduzida a pó, prevalecendo um cinismo agressivo que já nem se preocupa em disfarçar o seu mercantilismo niilista.
Na prática, assistimos a uma reunião de personagens mais ou menos secundárias do universo DC Comics, obviamente empenhada em fazer frente ao domínio das produções da Marvel. É uma guerra de marcas e produtos que se trava, em última instância, sem qualquer consideração pelo carácter específico do cinema e das suas narrativas. Como diria o outro, muito barulho para nada...