Primeira dama de Portugal no período em que seu marido, Mário Soares, foi Presidente da República (1986-1996), Maria Barroso faleceu no dia 7 de Julho, na sequência de uma queda — estava internada desde 26 de Junho no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa; contava 90 anos.
O nome de Maria Barroso ficará na história de Portugal, antes do mais através do seu activismo político (foi uma das personalidades fundadoras do Partido Socialista), pela sua defesa dos Direitos Humanos (nomeadamente através da fundação Pro Dignitate, que fundou em 1994), e também pelos cargos públicos que desempenhou, nomeadamente a presidência da Cruz Vermelha (1997-2003). Em todo o caso, foi também uma talentosa actriz do teatro, tendo começado em 1944, na companhia de Rey Colaço-Robles Monteiro, sediada no Teatro Nacional D. Maria II. A sua filmografia é breve, mas não menos significativa, com participações em Mudar de Vida (1963), de Paulo Rocha, filme recentemente restaurado (reposto nas salas e editado em DVD), e em três títulos de Manoel de Oliveira: Benilde ou a Virgem Mãe (1975), Amor de Perdição (1979) e Le Soulier de Satin (1985) — eis um pequeno extracto de Mudar de Vida.
>>> Obituário no Diário de Notícias.