sábado, julho 11, 2015

Curtas 2015 [insectos]


[ rosto ]  [ baleia ]  [ cão ]  [ Technicolor ]  [ urso ]  [ corpo ]

A sinopse de um filme com Vita Brevis, de Thierry Knauff, é relativamente fácil de estabelecer: ao longo de um pouco mais de meia hora, assistimos à existência, realmente breve, de insectos (do tamanho de um dedo humano) que têm a designação reveladora de efémeras. Documentário? Sim, sem dúvida, dir-se-ia filtrado pelo olhar da sua única personagem, uma menina que, na margem do rio, contempla um singularíssimo ritual de vida e morte. Ao mesmo tempo, exercício admirável de revelorização do tempo no interior do cinema. Ao contrário do que dizem os lugares-comuns, os filmes não correspondem a padrões pré-estabelecidos de "lentidão" ou "velocidade" (algumas produções de super-heróis, na histeria dos seus curtíssimos fragmentos, ilusoriamente velozes, são mesmo objectos de exasperante lentidão...) — o que conta é o trabalho sobre a duração. Como se prova em Vita Brevis, essa pode ser a mais bela das vertigens.