sexta-feira, junho 26, 2015

Magali Noël (1932 - 2015)

Actriz fetiche de Federico Fellini, a francesa Magali Noël faleceu no dia 22 de Junho, durante o sono, em Châteauneuf-Grasse, numa casa de repouso dos Alpes Marítimos — completaria 84 anos no dia 27.
Nascida da Turquia, filha de pais em funções diplomáticas, estudou canto e bailado. Ficou famosa em 1956, como intérprete de Fais-moi Mal, Johnny, tema escrito por Boris Vian — foi uma canção pioneira no rock'n'roll em língua francesa, na época alvo de censura na rádio devido à crueza do seu poema.


A sua imagem sensual e sedutora consolidou-se ao longo dos anos 50 através de filmes como Rififi (1955), de Jules Dassin, As Grandes Manobras (1955), de René Clair, ou Helena e os Homens (1956), de Jean Renoir. Em todo o caso, seria Fellini a emprestar-lhe a dimensão de um ícone, primeiro em A Doce Vida (1960), depois em Satyricon (1969), na personagem de Fortunata [foto], enfim como Gradisca, a "devoradora de homens" de Amarcord (1973). Entre os seus títulos mais marcantes, incluem-se ainda Z (1969), de Costa-Gavras, Os Encontros de Anna (1978), de Chantal Akerman, e A Morte de Mario Ricci (1983), de Claude Goretta. Despediu-se do mundo do espectáculo em 2008, com Le Clan, um musical que ela própria concebeu a partir de textos de Boris Vian, Jacques Prévert e Raymond Queneau.

>>> Obituário no jornal Libération.