O QUINTO IMPÉRIO (2004) |
[ Viagem ao Princípio do Mundo ]
Ricardo Trêpa no papel de um desamparado D. Sebastião; Luís Miguel Cintra como um conselheiro perverso, talvez sem estatuto social para a função — de novo inspirando-se em José Régio (cerca de três décadas depois de Benilde), Manoel de Oliveira coloca em cena a amarga identidade portuguesa, dividida entre o pragmatismo da sua fragilidade e o conforto enganoso de todas as utopias. É, por certo, um objecto central na história da moderna cultura portuguesa, muito para além de qualquer lógica tele-ilustrativa das chamadas "reconstituições" históricas — fazer história envolve sempre a construção de um discurso que não esclarece milagrosamente o passado, antes refaz o presente.