Escrevo hoje, na Máquina de Escrever, sobre a série de quatro volumes de BD 'Aâma', de Frederik Peeters, uma das mais recomendáveis abordagens recentes ao universo da ficção científica e uma das mais interessantes criações recentes da nona arte:
Um homem acorda no topo de uma elevação. Ao seu redor uma desolada paisagem desértica sob um céu amarelo é cenário que não compreende nem cabe na sua memória. Quem é? Onde está? O que ali faz?… Como o olhar, que ganha nitidez depois de um sono longo, ténues memórias ganham forma. A grande ajuda chega na forma de um relato escrito por ele mesmo e que lhe é entregue por um robot com aparência de gorila e que se chama Churchill. E ele? Ele é Verloc, um homem que vive às avessas nos tempos que correm. Numa sociedade hipermoderna, onde tudo está previsto e controlado, ele prefere a companhia de velhos livros – tem uma loja – e quando chegou a hora de ponderar ter um filho optou por não seguir os métodos de concepção em vigor e, mesmo com todos os eventuais riscos, fez questão de também aí recuperar hábitos de outros tempos (na verdade nasce uma filha e terá uma força central na história). Como um estranho numa terra estranha, Verloc será assim o herói improvável numa verdadeira odisseia algures na galáxia. E foi com ele que o autor de BD suíço Frederik Peeters viveu durante quatro anos, entre 2011 e finais de 2014 tendo editado os quatro volumes de
Aâma, uma das mais espantosas obras da BD recente e uma das mais interessantes experiências de ficção científica da década que estamos a viver.
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