sábado, fevereiro 28, 2015

Leonard Nimoy (1931-2015)


Afastando o anelar do dedo médio, palma da mão para a frente, dizia ao som das palavras “live long and prosper” a saudação que, de origem vulcaniana, ganhou lugar na história da nossa cultura popular. Expressão de um trabalho de composição de uma personagem que interpretou pela primeira vez em 1966 e que acompanhou em diversas etapas e gerações, surgindo mesmo nos dois filmes mais recentes da saga Star Trek, realizados por J.J. Abrams, Leonard Nimoy tornou-se quase indistinto de Spock. É com essa mesma frase, que evoca o papel de uma vida, que muitos hoje dele se despedem em mensagens que começaram há pouco a inundar as redes sociais, desde que chegou a notícia da sua morte, hoje, em sua casa em Bel Air (Califórnia) aos 83 anos, vítima de uma doença pulmonar crónica que o levara de urgência ai hospital há poucos dias.

Não podemos contudo reduzir Leonard Nimoy ao papel de ator e muito menos fechá-lo no universo Star Trek se bem que talvez fosse ele o paradigma maior da ideia que o criador da série Gene Rodenberry, levara pela primeira vez aos ecrãs num episódio-piloto rodado em 1966 nos pequenos estúdios Desilu, ligados à Paramount. Depois da primeira vida de Star Trek surgiu em várias outras séries, de Missão Impossível a Marco Polo. Mas a reativação do franchise com o primeiro filme Star Trek (em 1979, com Robert Wise como realizador) aprofundou a sua relação – e a do mundo inteiro – com a figura de Spock. A carga icónica da personagem era já suficientemente evidente em 1967 quando editou o primeiro dos vários álbuns que gravou. Chamou-lhe Mr Spock’ Music From Outer Space e encetou uma carreira em paralelo que incluiu canções como Highly Illogical (mais uma alusão a Spock) ou The Ballad of Bilbo Baggins. Às canções a discografia de Leonard Nimoy junta ainda álbuns spoken word onde leu As Crónicas Marcianas de Ray Bradbury, A Guerra dos Mundos de H.G. Wells e The Green Hills of Earth de Robert A. Heinlein.



Estas são algumas capas de títulos da obra em disco de Leonard Nimoy.

O texto que aqui apresentamos é um excerto de um obituário que ontem publiquei na Máquina de Escrever.

Podem ler aqui o texto completo.