domingo, dezembro 14, 2014

Soldier's Heart vencem final do Termómetro


Os belgas Soldier’s Heart sagraram-se ontem vencedores da edição que assinala os 20 anos do Festival Termómetro, acolhendo a unanimidade da votação de todo o júri. A final desta edição 2014 do festival, que decorreu na zona do Cais do Sodré, entre os palcos do Tokyo e Sabotage, destacou ainda a presença dos Le Crazy Coconuts, banda de Leiria (que usa o sapateado não apenas como expressão cénica mas também como contribuição para a própria secção rítmica), que terminou em segundo lugar. Eram ainda finalistas os Getthove, Marvel Lima e Nuno & The End.

Fernando Alvim, organizador do Termómetro, recorda que, quando esta aventura começou, “não havia internet, as bandas enviam a sua participação via maquetas que chegavam inicialmente em cassetes”. Hoje as inscrições chegam por via digital. Na altura explica que criou o festival porque, “como sempre, queria descobrir pessoas e talentos”. Justifica que tem “dedicado toda a vida a essa investigação” e o que tenta fazer em tudo o que faz “é justamente criar boas condições para que isso aconteça”. E neste caso em particular do festival deixa claro que as boas condições a que alude são “as bandas terem bom som, serem bem tratadas e terem um júri qualificado para lhes dar uma opinião”. De resto, conclui: “só isso justifica que o festival tenha conseguido durar até aqui”.

O unplugged, termo que associamos às origens e história do festival – em tempos era Termómetro Unplugged – “não existe há 10 anos”, explica Fernando Alvim. Essa “obrigatoriedade” acabou quando percebeu “que não havia vantagem nenhuma nessa diferenciação”, ou seja, quando reparou “que as vantagens” recolhidas “com essa diferença eram muito menores com as desvantagens” que tinham “na limitação imposta a cada uma das formações participações”. O unplugged, lembra, “foi uma moda dos 90, agora com tanta e boa electrónica, já não faz sentido nenhum”.

E como em tempos, e basta lembrar a memória do Rock Rendez Vous, serão os festivais ainda são uma porta de entrada para novas bandas ou a coisa mudou muito? Fernando Alvim acredita que sim: “Acho que as bandas vão ao festival, não como uma qualquer competição, mas sim como uma amostra. Estarem entre os 20 selecionados é já em si, um ótimo indício. Se o vencerem ou ficarem nos lugares cimeiros é melhor ainda”. Nota ainda que “o curioso, é que nem sempre é a banda que fica em primeiro lugar, que atinge maior notoriedade, muitas vezes é quem fica em segundo e terceiro”. E é ele mesmo que depois seleciona e recorda “alguns dos nomes que mais se destacaram nestas edições”: Ornatos Violeta, Ana Bacalhau, Silence 4, B Fachada, Mazgani, Capicua, DJ Ride, Richie Campbell, Noiserv, You Can’t Win, Charlie Brown, Alex D’alva Teixeira, Rita Cardoso, Yesterday, Ninja Kore, Salto, Black Mamba, Terrakota, Quelle Dead Gazelle , Blind Zero, Sloppy Joe. Já é uma história.

Os vencedores da edição deste ano vão receber como prémio uma actuação no Festival NOS Alive, a realização de um teledisco com apoio da Restart e ainda a gravação de um EP de 4 temas com apoio do estúdio Armazém 42.