Chromeo
"White Women"
PLG UK Frontline
3 / 5
A West-Eastern Divan Orchestra, uma das mais importantes contribuições do maestro Danuiel Baremboim para a história da música do nosso tempo, é expressão de um bom entendimento, pela música, entre instrumentistas de origem árabe e judaica. Esse mesmo bom entendimento é uma das formas como, mas com um tom de humor, os Chromeo se descrevem a si mesmos. David Macklovitch e Patrick Gemayel são ambos canadianos. O primeiro, vocalista e guitarrista, de família judaica, tem um percurso académico em literatura francesa. O segundo, nascido no Líbano (mudou-se muito jovem para o Canadá), tem os teclados por sua conta. White Women é o quarto álbum que editam, ao cabo de uma obra de dez anos na música. E se pelo tom parece querer convocar à festa escapista, tomando o disco e o funk por linguagem, nas entrelinhas revela um saber atento que contrasta com a frivolidade que parece caminhar entre as canções. Mais vitaminado no pensar da música que na agenda temática (na verdade, e ao contrário do que em tempos escutávamos nuns Scissor Sisters, a agenda aqui parece ser essencialmente escapista), o álbum caminha por um lado entre as heranças da pop de travo funk que teve no Prince da primeira metade dos oitentas o seu maior paradigma. Mas depois junta interessantes temperos adicionais, nomeadamente o electro encorpado, à la LCD Soundsystem, que faz de Sexy Socialite um dos momentos altos do alinhamento. Ou uma feliz incursão pelos terrenos eurodance em Play The Fool. As pontuais colaborações vocais de Toro Y Moi, Solange e Ezra Koenig (vocalista dos Vampire Weekend) acrescentam depois a devida caução pelas periferias indie que poderá levar esta música para lá das fronteiras mais óbvias dos sons que por aqui vão dançando.
PS. Este texto foi originalmente publicado na edição online do DN
PS. Este texto foi originalmente publicado na edição online do DN