Quem diria que Daniel Cohn-Bendit, figura mítica de Maio 68, actual deputado dos Verdes no Parlamento Europeu, estaria, aos 69 anos, a fazer reportagens sobre o Mundial de Futebol do Brasil?... É verdade. E não se trata de invocar qualquer "pureza" intocável de tempos idos para, agora, promovermos o mais rotineiro moralismo tele-mediático.
Vale a pena, isso sim, registar este paradoxo: por um lado, as intervenções de Cohn-Bendit no site do jornal Libération reflectem um grau de elaboração discursiva que reduz a pó o trabalho (?) da esmagadora maioria de repórteres que se ficam pelo registo da "loucura total" ou pela avaliação de resultados "justos" e "injustos"; por outro lado, é desconcertante verificar que um homem que esteve no centro de uma das maiores convulsões de linguagens do século XX (Maio 68, precisamente) se apresente através do dispositivo mais académico das televisões contemporâneas, assumindo-se como talking head, com a "actualidade" a passar atrás de si... Como se o estar num determinado lugar fosse uma prova intocável de objectividade discursiva — interessante e discutível, interessante porque discutível, vale a pena ver e ouvir.
Vale a pena, isso sim, registar este paradoxo: por um lado, as intervenções de Cohn-Bendit no site do jornal Libération reflectem um grau de elaboração discursiva que reduz a pó o trabalho (?) da esmagadora maioria de repórteres que se ficam pelo registo da "loucura total" ou pela avaliação de resultados "justos" e "injustos"; por outro lado, é desconcertante verificar que um homem que esteve no centro de uma das maiores convulsões de linguagens do século XX (Maio 68, precisamente) se apresente através do dispositivo mais académico das televisões contemporâneas, assumindo-se como talking head, com a "actualidade" a passar atrás de si... Como se o estar num determinado lugar fosse uma prova intocável de objectividade discursiva — interessante e discutível, interessante porque discutível, vale a pena ver e ouvir.
Le Mondial de Cohn-Bendit #2: «Un foot du... por liberation