Celebrizado pelo seu papel de imperador nos filmes de Sissi, com Romy Schneider, o actor alemão Karlheinz Böhm faleceu no dia 29 de Maio em Grödig, Salzburg, Áustria — contava 86 anos.
Filho do maestro Karl Böhm e da cantora lírica Thea Linhard, começou a sua carreira em finais dos anos 40, tornando-se muito popular graças à trilogia de Sissi (1955-56-57), com Romy Schneider, em que interpretou o papel do Imperador Francisco José. O sucesso desses filmes trouxe-lhe diversos e importantes papéis na produção de língua inglesa, com destaque para Peeping Tom/A Vítima do Medo (1960), obra-prima de Michael Powell centrada na figura de um homem que filma as mulheres que assassina, registando os momentos da sua agonia — Böhm surge no genérico como Carl Boehm.
Em Hollywood, o seu título mais importante foi o épico de Vincente Minnelli, sobre a Segunda Guerra Mundial, Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (1962). Nos anos 70, a sua figura está ligada à afirmação do "novo cinema" alemão graças aos filmes em que Rainer Werner Fassbinder o dirigiu, entre os quais se incluem Effi Briest (1974) e O Direito do Mais Forte à Liberdade (1975). A partir do início da década de 80, dedicou-se por inteiro ao apoio humanitário das populações da Etiópia, tendo fundado a organização Menschen für Menschen — o seu trabalho nesse campo valeu-lhe, em 2007, o Prémio Balzan.
>>> Obituário em The Guardian.