Strange Cruise
“Strange Cruise”
Cherry Red
1 / 5
Em 1984 Steve Strange tentou fazer dos Visage uma banda diferente. Sem a colaboração de Midge Ure que, depois de importantes contribuições em Visage (1980) e The Anvil (1982), tinha concentrado as atenções nos Ultravox, o álbum Beat Boy reduzia substancialmente a presença das eletrónicas e das linguagens escutadas na new wave, o alinhamento do disco valorizando uma presença algo incaracterísticas da guitarra e até mesmo do saxofone. Sob resultados de dieta o disco acabou por conduzir a um ponto final para essa encarnação dos Visage (que entretanto se reuniram recentemente com novos músicos). Steve Strange juntou então alguns dos seus colaboradores nos Visage, juntou outros (entre os quais a cantora Wendy Wu) e formou o projeto Strange Cruise que, contudo, teria vida breve e, convenhamos, inconsequente. Antecedido pelo single Rebel Blue Rocker, que reafirmava os desejos de criar uma “live band” e vincava o desvio para uma sonoridade mais rock que o disco de 84 dos Visage já antecipava, Strange Cruise é mesmo o momento menos entusiasmante da obra discográfica de uma figura que teve um papel marcante no movimento new romantic na Londres de finais dos setentas e inícios dos oitentas (e com o magnífico Fade To Grey como coroa de glória) mas que, desde então, pouco acrescentou à história da cultura pop. Apesar de pontuais instantes com interesse (sobretudo na relação dos metais com a secção rítmica em Love Addiction ou a alma pop de Animal Call), o alinhamento é coisa para constrangedora dieta de ideias. E se o single de estreia não lançava grandes ideias o segundo, uma versão de The Beat Goes On, vincou a má equação de ingredientes e opções que fez do álbum um tiro ao lado. 28 anos depois o disco tem a sua primeira edição no suporte de CD, juntando ao alinhamento uma remistura de Rebel Blue Rocker (editada no máxi então lançado) e Silver Screen Queen que surgiu no lado B do segundo single. Só para os mais fiéis admiradores de Steve Strange. E mesmo assim...