sexta-feira, dezembro 20, 2013

Marc Almond em cinco álbuns (5)

Depois de uma intensa década de 80, que viveu entre momentos de sucesso maior e outros episódios de vendas mais contidas (mas dos quais nasceram discos que viraram obras de culto como Torment & Toreros com os Mambas ou Mother Fist e Jacques a solo), Marc Almond entrou de pé direito nos noventas com um dos seus mais sólidos álbuns pop a solo (Tenement Symphony, de 1991, que sucede ao não menos interessante Enchanted, de 1990) e uma revisitação de memórias com casa cheia no Royal Albert Hall (que registou depois no álbum ao vivo Twelve Years of Tears, que edita em 1993, ano em que apresenta também um disco de versões de canções de autores franceses). Depois de um hiato de três anos editou o menor Fantastic Star (1996) e fechou a década com um dos seus melhores discos a solo. Editado em 1999, Open All Night é um espaço de encontro entre a sensibilidade pop da escrita de Marc Almond e os espaços de melancolia que muita da sua obra a solo já visitara com um terreno de expressão de novas eletrónicas (sem contudo acelerar as batidas por minuto como o fizera o álbum de 1996). O alinhamento revela um conjunto elegante de canções que destacam a personalidade da voz e reforçam a presença de marcas autorais nas temáticas abordadas, projetando-as num universo que procurou ali, e com sucesso, uma relação com a contemporaneidade. Entre os momentos altos do disco destaca-se um belo dueto com Siouxie Sioux em Thread of Love.