Figura emblemática e discreta da idade de ouro de Hollywood, ficou famosa pelo seu papel da Baronesa em Música no Coração (1965), de Robert Wise: Eleanor Parker faleceu no dia 9 de Dezembro, em Palm Springs, California, na sequência de complicações causadas por uma pneumonia — contava 91 anos.
Com formação teatral adquirida na Pasadena Community Playhouse, foi descoberta muito cedo, tendo entrado em Hollywood aos 18 anos, através de um contrato com a Warner Bros. A sua presença luminosa, aliada a uma subtil arte de representar as emoções mais enigmáticas, valeram-lhe papéis secundários ao lado de grandes estrelas como Bette Davis (Sonho em Hollywood, 1944) ou Errol Flynn (Nunca Digas Adeus, 1946). Durante a década de 50, obteve três nomeações para o Oscar de melhor actriz, com: Encarcerada (1950), de John Cromwell, drama sobre uma prisão de mulheres; A História de um Detective (1951), de William Wyler, filme noir em que contracenava com Kirk Douglas; e Melodia Interrompida (1955), de Curtis Bernhardt, uma biografia da cantora lírica australiana Marjorie Lawrence — Encarcerada valeu-lhe o prémio de melhor interpretação feminina na Mostra de Veneza.
Depois da Warner, o seu nome ficou ligado a alguns dos mais feéricos espectáculos em technicolor da Metro Goldwyn Mayer, incluindo: a epopeia de capa e espada Scaramouche [trailer], de George Sidney (1952); o western A Fuga de Forte Bravo (1953), de John Sturges; e a aventura egípcia O Vale dos Reis (1954), de Robert Pirosh.
Três dos seus trabalhos mais importantes resultaram do encontro com outros tantos mestres da idade clássica da produção americana:
> O Homem do Braço de Ouro (1955), de Otto Preminger, com Frank Sinatra e Kim Novak, título pioneiro na abordagem da toxicodependência [cartaz];
> Um Rei e Quatro Rainhas (1956), de Raoul Walsh, western paródico com Clark Gable;
> A Casa da Colina (1960), de Vincente Minnelli, uma dramática saga familiar centrada numa personagem interpretada por Robert Mitchum.
Quando participou em Música no Coração, tal como outros nomes da sua geração, Parker tinha já a sua carreira mais orientada para a televisão, tendo participado em séries como O Homem da U.N.C.L.E. (1968), O Barco do Amor (1979-1982) ou Crime, Disse Ela (1986).
>>> Obituário no New York Times.