Foi ele que assinou a realização de A Gaiola das Malucas (1978), com Ugo Tognazzi, Michel Serrault e Michel Galabru, um dos maiores sucessos da história do cinema francês: o cineasta Édouard Molinaro faleceu no dia 7 de Dezembro, vítima de insuficiência cardíaca — contava 85 anos.
Construído a partir de uma peça de sucesso em França, da autoria de Jean Poiret, retratando a existência atribulada de um casal de homossexuais a viver em St. Tropez, a comédia A Gaiola das Malucas conseguiu ultrapassar fronteiras; esteve mesmo presente nos Oscars atribuídos em 1980, com três nomeações para realização, argumento (também partilhado por Molinaro) e guarda-roupa — em 1996, Mike Nichols assinaria um remake, entre nós lançado com o título Casa de Doidas.
Molinaro pertence à geração dos que começaram em paralelo com a eclosão da Nova Vaga, embora mantendo-se ligado às matrizes mais tradicionais da indústria francesa. Capaz, sobretudo, de tirar o melhor partido dos actores, dirigiu nomes como Lino Ventura (Morte de uma Testemunha, 1959), Brigitte Bardot (Uma Encantadora Idiota, 1964), Louis de Funès (Oscar, 1967), Annie Girardot (La Mandarine, 1972), ou ainda Jacques Brel (de novo com Lino Ventura, em O Chato, 1973, um dos seus títulos mais populares). Da fase final da sua carreira, a biografia de Beaumarchais, Beaumarchais L'Insolent (1996), com Fabrice Luchini, foi o seu trabalho com maior impacto.
>>> Obituário no Libération.