O quinto álbum de estúdio de Beyoncé, lançado directamente (e, pelo menos para já, exclusivamente) no iTunes arrisca-se a definir um momento charneira na história da criação/produção/difusão da música — um pouco como aconteceu em finais de 1990 quando, face aos problemas suscitados, nomeadamente na MTV, pelo teledisco de Justify My Love, Madonna decidiu lançá-lo em video-single (nos tempos heróicos do VHS, convém lembrar).
Pois bem, o novo objecto, pudicamente intitulado... Beyoncé, não existe "objectivamente", mas apenas para download. É um enorme sucesso, convém referir, sendo já na carreira de Beyoncé a solo o recordista de vendas na primeira semana de lançamento (617.213 cópias digitais nos primeiros três dias, nos EUA). Mais do que isso: o trabalho define-se como um álbum visual, contendo telediscos para todas as canções e um pouco mais ("14 canções, 17 videos").
2013 conclui-se, assim, com uma sugestiva rima com o começo do ano: tal como David Bowie, com The Next Day, Beyoncé lançou o seu álbum sem anúncio, sem notícias, sem antecipações... A novidade suplementar é que, para além dos fragmentos que têm aparecido nos meios de comunicação de todo o mundo [ex.: a video review do jornal The Guardian], Beyoncé já deu a conhecer dois dos telediscos — entre a festa a cores e introspecção a preto e branco, aí estão os prodígios de XO e Drunk in Love.
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