segunda-feira, novembro 18, 2013

Nos 50 anos da morte de Kennedy (1)


Assinalam-se esta semana os 50 anos sobre a morte de John F Kennedy. Apesar de oficialmente encontrado um “culpado” na figura de Lee Oswald que, segundo o relatório Warren entregue em 1964 ao presidente Lyndon Jonhson, terá agido sozinho e por motivos pessoais, vivemos cinco décadas de suspeitas e teorias da conspiração sobre o atentado. Assim foi? Ou houve outros poderes ou mandantes? Ao longo destes 50 anos não faltaram leituras possíveis sobre o que sucedeu, como sucedeu e porque sucedeu. Não tentaremos, de todo, dar respostas ao que talvez nunca o venha a ter. Mas ao longo desta semana recordamos aqui alguns momentos em que a cultura popular retratou e refletiu sobre a morte de Kennedy.

E começamos com Coma White, um teledisco criado em 1999 para uma canção do álbum Mechanical Animals, de Marilyn Manson. Realizado por Samuel Bayer, o pequeno filme evoca o atentado em Dallas, com o músico vestindo a pele de JFK e a sua namorada de então, Rose MacGowan, de cor-de-rosa, taol e qual nesse dia vestia Jackie Kennedy, colocando a ação em clima sombrio, recorrendo ao slow motion e não sendo graficamente demasiado explícito (não há sugestão de sangue, apenas da violência do sucedido). Apesar da controvérsia que gerou pela proximidade do tiroteio na Columbia High School e da morte do filho de Kennedy, o vídeo representa um dos momentos visuais mais marcantes da obra de Marilyn Manson. O músico, em resposta às críticas, explicou então que o vídeo representava uma metáfora da obsessão americana pela violência.





Entre os muitos livros que foram refletindo ou ecoando o atentado conta-se o relativamente recente 11/22/63, romance de Stephen King que nos apresenta um viajante no tempo que tenta travar o sucedido. A ideia para o livro surgiu em 1971 (menos de dez anos após o atentado) e é mesmo anterior à publicação do hoje célebre Carrie. A acção transporta um professor de inglês até 1958, ano no qual tenta marcar os movimentos de Lee Oswald, procurando assim travar os acontecimentos de 22 de novembro de 1963. Uma possível adaptação ao cinema deste livro chegou a ser avançada, levantando Jonathan Demme como possível realizador. Alegados desentendimentos com Stephen King terão entretanto conduzido ao seu afastamento. Neste momento parece mais provável uma adaptação televisiva.