Coimbra, 24 de junho de 2012. No Estádio Cidade de Coimbra o terceiro concerto de Madonna em Portugal (ou a sua quarta atuação entre nós, se às digressões juntarmos a performance na edição dos Prémios MTV realizada em Lisboa em 2005), mostrava como não podemos avaliar, de antemão, uma digressão pelo álbum que lhe serve de mote e até dá título. Editado também em 2012 MDNA não só foi dos álbuns musicalmente menos consequentes da cantora como representa o seu disco de originais com vendas mais reduzidas. Com um total de 88 datas pelo mundo fora, enchentes atrás de enchentes e, sublinhe-se, um espetáculo brilhante, a MDNA Tour mostrou contudo que em Madonna continuamos a ter uma figura imbatível. E o registo do concerto (para quem esteve em Coimbra ou quem lá não foi), que agora é editado em vários formatos, não deixa grandes dúvidas.
Segundo a revista Billboard a MDNA Tour foi a digressão mais rentável de 2012 (alcançando os 231,5 milhões de euros), é agora décima mais lucrativa da história e apenas a própria Madonna, com a Sticky & Sweet Tour de 2008 e 2009, superou esta no ranking das cantoras mais bem sucedidas em palco.
Dividido em quarto partes (Transgression, Prophecy, Masculine/Feminine e Redemption), o concerto revela por um lado um exigente trabalho físico de palco (não apenas para os bailarinos mas para a própria cantora), explorando noções de mise en scène de cinema (como no quadro que acolhe Gang Bang) e vincando uma agenda política em tudo fiel ao que conhecemos das ideias e criações anteriores de Madonna, abordando questões como a violência, os direitos humanos, o direito à igualdade (em várias frentes de leitura, do género e da cor da pele à sexualidade). Num dos momentos mais pungentes do espectáculo, num interlúdio em vídeo ao som de Nobody Knows Me, cita iconografias religiosoas e chega mesmo a mostrar imagens de violência homofóbica e exemplos de jovens vítimas de crimes de ódio. Quem diz que Madonna é coisa light só pode andar distraído...
Estas e outras sequências de imagens e palavras chegaram a gerar alguns dos “casos” que mediatizaram esta digressão para lá dos espaços mais habituais do “entretenimento”, seja quando Madonna defendeu as Pussy Riot ou os diretos da comunidade LGBT na Rússia ou quando juntou uma suástica à figura da líder da Frente Nacional francesa.
Segundo a revista Billboard a MDNA Tour foi a digressão mais rentável de 2012 (alcançando os 231,5 milhões de euros), é agora décima mais lucrativa da história e apenas a própria Madonna, com a Sticky & Sweet Tour de 2008 e 2009, superou esta no ranking das cantoras mais bem sucedidas em palco.
Dividido em quarto partes (Transgression, Prophecy, Masculine/Feminine e Redemption), o concerto revela por um lado um exigente trabalho físico de palco (não apenas para os bailarinos mas para a própria cantora), explorando noções de mise en scène de cinema (como no quadro que acolhe Gang Bang) e vincando uma agenda política em tudo fiel ao que conhecemos das ideias e criações anteriores de Madonna, abordando questões como a violência, os direitos humanos, o direito à igualdade (em várias frentes de leitura, do género e da cor da pele à sexualidade). Num dos momentos mais pungentes do espectáculo, num interlúdio em vídeo ao som de Nobody Knows Me, cita iconografias religiosoas e chega mesmo a mostrar imagens de violência homofóbica e exemplos de jovens vítimas de crimes de ódio. Quem diz que Madonna é coisa light só pode andar distraído...
Estas e outras sequências de imagens e palavras chegaram a gerar alguns dos “casos” que mediatizaram esta digressão para lá dos espaços mais habituais do “entretenimento”, seja quando Madonna defendeu as Pussy Riot ou os diretos da comunidade LGBT na Rússia ou quando juntou uma suástica à figura da líder da Frente Nacional francesa.
Musicalmente, e tal como em digressões anteriores, o alinhamento da MDNA Tour juntou ao som do álbum mais recente algumas ideias de reinvenção. Que ganham expressão maior quando, acompanhada pelo trio basco Kalkan apresentou uma leitura para Open Your Heart apenas feita de voz e percussão, juntando-lhe o tema Sakkara Jo. Não menos surpreendente foi a transformação, ao jeito de uma balada para cabaret, do clássico Like A Virgin. No fim, a cores, canta-se Celebration. É certo que não se trata de um ensaio de “canto de intervenção”. Mas tomar posição não é ser-se político?