Discos para ouvir em tempo de Verão... Este texto integra a série 'Para ouvir na praia', que por estes dias tem sido publicada no DN.
Percussor do reggae e do rocksteady, o ska nasceu na Jamaica em finais dos anos 50, assimilando heranças de referências das Caraíbas (entre as quais o solarengo calypso), cruzando-as com ecos chegados dos EUA, entre o jazz e o rhythm’n’blues. Extremamente popular por aquelas latitudes nos anos 60, o ska teve por essa altura considerável impacte no panorama da pop, sobretudo no Reino Unido. E foi também aí que, em finais dos anos 70, e como uma das consequências diretas da abertura de horizontes musicais operada pela revolução punk, um revivalismo colocou o ska novamente nas bocas do mundo. Datam de então as revelações de bandas marcantes e globalmente populares como os Madness ou The Specials. Mas recordemos hoje os The Beat, que justificadamente completam uma certa “santíssima” trindade do ska revival (não sendo de esquecer também nomes como os The Selecter ou Bad Manners para um retrato mais completo do movimento que, entre nós, teve ecos em alguns temas dos Táxi, por exemplo).
Naturais de Birmingham onde surgiram em 1978, os The Beat juntaram então uma paixão pelo ska com os sabores das guitarras e teclas pop ao jeito da new wave que fazia a ordem do dia. Editado em 1980 o álbum de estreia I Just Can’t Stop It é um dos monumentos maiores do ska revival e uma expressão de entusiasmo pop refrescado pela luz de heranças jamaicanas que soube resistir ao tempo que passou.