Discos para ouvir em tempo de Verão... Este texto integra a série 'Para ouvir na praia', que por estes dias tem sido publicada no DN.
Ouvi-os pela primeira vez na Internet, em 2007... Entravam em cena os quatro, a bordo de um pequeno barco com a cidade de Nova Iorque pelo fundo, apresentando Mansard Roof, uma canção fresca, luminosa, ritmada e com teclados com sabor a ferro velho... Era um ponto de partida, mas sugeria um caminho. E a verdade é que, cinco anos passados (e poucos dias volvidos sobre um espantoso concerto no Optimus Alive), os Vampire Weekend deixaram de ser promessa para se afirmarem como uma das mais firmes certezas do panorama pop/rock do nosso tempo.
Mas regressemos hoje ao seu álbum de estreia (até porque o novo, e belíssimo, Modern Vampires of The City, é mais coisa urbana e, talvez, noturna). Editado em março de 2008, Vampire Weekend reforçava o tom luminoso daquela canção que assinalara a descoberta meses antes. O disco cruza uma inteligente e tranquila alma pop com ecos de duas grandes famílias de ideias: por um lado heranças da tradição clássica ocidental por outro a assimilação de ecos de África, de certa forma revisitando ali o modo como músicos como Malcolm McLaren ou Paul Simon (sobretudo este último) o haviam feito em discos que, nos oitentas, ainda antes da euforia world music, tinham transportado o calor africano para as geografias da pop anglo-americana. Há ali frescura, entusiasmo... E um otimismo que por vezes faz tanta falta nestes tempos que correm.