O Teatro Aberto está a contestar os resultados do recente concurso de apoio à criação teatral: "Foi com indignação e revolta que o Teatro Aberto recebeu a proposta de decisão do concurso de apoio à criação teatral da Direcção-Geral das Artes. Nela verificámos um corte de tal modo brutal que coloca em causa a continuação da nossa actividade."
Para dar conta das ameaças que pairam sobre o futuro da companhia, o Teatro Aberto deu a conhecer a sua vontade de recorrer por todos os meios legais contra a medida, numa sessão que contou com a presença de mais de uma centena de personalidades das artes e da política, incluindo Júlio Pomar, Carmen Dolores, Ruy de Carvalho, Luiz Miguel Cintra, Lídia Jorge, Carlos do Carmo e Manuel Maria Carrilho [video: reportagem da SIC Notícias].
O mínimo que se pode dizer é que esta situação dramática, penalizando uma companhia que ocupa um lugar central na história do teatro português das últimas quatro décadas, não pode deixar de suscitar uma inquieta perplexidade pelo futuro de todo o teatro português.
Poderá dizer-se que esse futuro não pode ser pensado apenas a partir dos mecanismos oficiais de apoio às companhias existentes — claro que sim: do envolvimento escolar com o teatro (e todas as outras linguagens artísticas!!!) até à presença da expressão teatral no espaço televisivo (em muitas áreas submisso aos ditames da "reality TV"), o que está em jogo é ainda mais vasto e ainda mais grave.
Apesar disso — ou melhor: por isso mesmo — não há maneira de justificar qualquer melhoria da conjuntura a partir da drástica penalização daqueles que, como o Teatro Aberto, têm sabido manter um trabalho regular de defesa da arte teatral e da sua exigente profissionalização. Como sempre, a questão é visceralmente política.
Apesar disso — ou melhor: por isso mesmo — não há maneira de justificar qualquer melhoria da conjuntura a partir da drástica penalização daqueles que, como o Teatro Aberto, têm sabido manter um trabalho regular de defesa da arte teatral e da sua exigente profissionalização. Como sempre, a questão é visceralmente política.